Os textos vencedores são os seguintes:
1º ciclo:
A viagem que eu nunca fiz
Eu e o meu irmão adorávamos ler histórias um
ao outro: contos de fadas, aventuras de todos os géneros, mas as nossas
preferidas eram as que incluíam dinossauros. No entanto, nunca pensámos entrar
numa aventura como a que vivemos!
Certo dia, estávamos os dois a ver um livro
de dinossauros quando, de repente, fomos sugados para dentro deste.
Passado alguns segundos, demos por nós num
sítio completamente diferente. Olhámos à nossa volta e vimos umas árvores
enormes que tocavam no céu, rochas gigantes e numa das árvores estava um ninho
com ovos super grandes.
Eu e o meu irmão olhámos um para o outro
espantados com aquele lugar. Ele tocou-me na perna e pediu-me:
- Nana,
nana, queio arru!
Ah, esqueci-me de vos dizer, o meu irmão
fala assim porque só tem um ano. O que vale é que eu percebo “ bebeguês “ e
compreendi logo que ele queria água.
- Está bem, querido, vamos procurar! –
disse-lhe eu.
Decidi então ir à procura de um rio onde
pudéssemos beber água. Andámos um pouco até que ouvi o som de água a correr.
Seguimos nessa direção e, quando lá chegámos, vimos um dinossauro, o
Braquiossauro, a beber água. Nem queríamos acreditar! Não era possível! Eu
assustei-me e gritei:
-Ahhhhhh!
Ainda bem que o Braquiossauro tem um pescoço
gigante, pois assim não me ouviu. Estava agora ocupado a comer umas tenras
folhas da copa de uma árvore. Até parecia que estava a comer um brócolo
gigante! Passado alguns minutos, o Braquiossauro foi-se embora.
-Ufa!_ exclamei eu de alívio. Logo de
seguida, ouvi um som estranho, mas logo percebi que era apenas o meu irmão a
beber água. Ouvi outro som e, desta vez, já não era o Erik. Era um Pterodactil
a voar pelo céu!
Fomo-nos esconder do Pterodactil e, quando
olhei para trás, vi
um
Acrocantossauro a lutar contra um Espinossauro. Eu e o meu irmão estávamos assustadíssimos
e nem nos mexíamos do lugar…
Surgiu então um T-Rex que fez com que todos
os outros dinossauros fugissem. Nós esperámos que o T-Rex se fosse embora e
também fugimos dali!
Corremos o mais rápido que conseguíamos e,
de repente, caímos num buraco mais fundo, parecia o buraco em que a Alice caía
no livro “ Alice no país das maravilhas “, um dos meus preferidos.
Quando chegámos ao fim do buraco, andámos um
pouco e encontrámos uma porta da qual parecia sair uma luz. Curiosa, decidi
abrir a porta.
Assim que o fiz, acordei e, afinal, estava
no quarto do meu irmão e ele dormia ao meu lado. Durante o sono, falava de um
dinossauro… parece que ambos tínhamos tido o mesmo sonho…
Ano:
3º Turma: C Nº 22
Professor
Hugo Sancho
2º Ciclo
A Viagem que eu nunca fiz!!!
Há uma viagem que eu gostava
de fazer , mas ainda não fiz porque não tenho férias longas de inverno. A
viagem é ao país natal dos meus pais, mas tem de ser de inverno, porque lá no
inverno cai neve.
O país natal deles é a MOLDÁVIA.
Lá o clima é bem diferente de PORTUGAL. No verão faz muito calor e no inverno
faz muito frio, a temperatura chega a atingir menos quinze graus celsius. As
águas congelam e as árvores ficam sem folhas.
Tenho lá família, primos, tios
e a minha avó paterna. Sempre que falo, por telefone, com o meu primo Daniel,
ele pergunta-me:
- Rafael, vens visitar-nos no
inverno, para brincarmos na neve e jogar hóquei no gelo?
E eu, claro, respondo:
- Olá, primo, eu adorava, mas
no inverno é difícil ir aí, porque ando na escola e não dá para viajar.
- Está bem, primo. Pode ser
que um dia consigas, estamos cá à tua espera.
Tenho curiosidade de como
seria estar lá e faço perguntas ao meus pais, tais como:
- Pai, conta-me, por favor,
como foi a tua infância?
- Olha filho, nós brincávamos
muito na neve, fazíamos bonecos de neve e, à noite, ficava claro como de dia
por causa da neve. Era espetacular!
- Pois é espetacular! Mas tu
sabes o que é podia ser melhor?
- Não, o quê?
- Podíamos fazer uma montanha
de neve, como se fosse um escorrega e escorregarmos nele.
- É verdade, esqueci-me de te
contar, nós também fazíamos essas coisas, era muito divertido!
Enfim, eu adoro saber e
conversar sobre essas coisas com os meus pais. Assim, um dia quando fizer essa
viagem vou reconhecer essas brincadeiras e essas curiosidades.
Gostei de saber que lá no
inverno as pessoas acendem as lareiras para aquecer as casas e, também,
consomem frutas e legumes conservados, pois devido ao frio não há esses
alimentos frescos.
Agora sim, fiquei ainda com
mais vontade de visitar o país dos meus pais no inverno. Espero conseguir
realizar esse desejo um dia, quem sabe no ano que vem…
Rafael Sendrea, nº18, 5º D
3º Ciclo:
A Viagem que eu nunca fiz...
Chamo-me
Sara, tenho 15 anos e vivo na Síria.
Já
escureceu, mais um dia passou e não há luz nas ruas, nem dentro de casa. A rede
elétrica ficou danificada desde o último bombardeamento. A minha mãe cozinha a
pouca comida que nos sobra num velho fogão de lenha, pois é mais seguro que
usar botijas de gás. Hoje, a escuridão é ainda maior, acabaram-se as velas. A
despensa está vazia, e estou a ficar com fome, mas não quero dizê-lo à minha
mãe, já lhe chega o sofrimento que carrega. Tento evitá-la. O seu choro de
desespero e o seu olhar aterrorizado pela morte corrompem-me a alma. O meu pai
já não vai trabalhar há uns quantos meses, a nossa loja foi destruída e
pilhada. Poucos são os que saem de casa. Pode morrer-se simplesmente ao
atravessar a rua. A minha escola fechou o ano passado, e não tenho nada para
fazer senão rezar para que tudo isto acabe. Então, escrevo
para não me sentir tão só. A minha melhor amiga morreu num tiroteio que
aconteceu na nossa escola, e desde aí deixei de considerar terroristas Seres
Humanos maus, pois acho que alguém que é capaz de matar tantas pessoas, de
maneiras tão atrozes, não pode ser considerado sequer um Humano. O mundo, assim
como o conhecemos, está em queda livre, sempre a descer, e a decisão de abrir o
paraquedas só nos cabe a nós, Seres Humanos, mas começo a achar que o gancho
está encravado...
Desde
que a guerra começou que o meu pai tenta desesperadamente encontrar uma maneira
de nos tirar desta situação. Na semana passada, chegou a casa a chamar por mim
e pela minha mãe, e da sua voz emanava uma pálida esperança:
- Consegui! Finalmente consegui!! Partimos
para a semana, rumo à Europa! É a nossa única chance!!
- Deus é grande! - exclamou a minha mãe, com
grande comoção.
Vi pela primeira vez em muito tempo
algum ânimo nos olhos dos meus pais. Tivemos de dar todo o nosso dinheiro ao
passador, por três lugares, e talvez assim pudéssemos recomeçar a nossa vida
num novo país, longe de todo este caos.
Nunca
vi os meus pais tão esperançosos, e pouco a pouco me iam contagiando.
Levámos as nossas vidas dentro da normalidade,
sem levantar grandes suspeitas sobre a viagem ''marcada''. Ninguém podia saber.
Amanhã era o grande DIA. A ansiedade
apodera-se da minha mãe enquanto reúne os poucos pertences que nos restam e os
mete em sacos de plástico; o meu pai estuda mais uma vez o mapa, a rota que
iremos percorrer para chegar ao nosso destino; e eu encontro-me sentada no chão
ao lado da minha mãe a escrever sobre tudo o que me rodeia, na esperança de um
dia voltar a ler esta “memória”, sabendo que esses tempos não regressarão.
Já
está a ficar tarde, temos de estar no locar de embarque às 5h, é melhor ir
dormir.
Partimos
de madrugada.
Nessa
noite, muitas explosões ocorreram, e a casa desta família foi fatalmente
atingida. Nos destroços, esta “memória” foi encontrada.
Lia Caetano, nº15, 7ºD
Entrega dos prémios aos vencedores pela Diretora do nosso Agrupamento, Drª Arlinda Figueira.